Batalha épica

                                         
                                                 Deixe nos comentários quem seria o vencedor dessa batalha épica.

Fetiche


O vermelho das Amoras

História da Mitologia Grega, Píramo e Tisbe:
  Píramo e Tisbe eram apaixonados, porém seus pais não permitiam seu casamento. Eles moravam em casas vizinhas, separadas apenas por uma parede. Através de uma fresta, os apaixonados trocavam as juras de amor e assim decidiram fugir para viver juntos. Combinaram de encontrar-se à noite fora dos limites da cidade, perto de uma fonte onde tinha um pé de amoras brancas. 
    A bela jovem Tisbe chegou primeiro ao local e de repente viu surgir uma leoa, com a boca ensanguentada da última presa que havia caçado, querendo se molhar na fonte. Tisbe correu e escondeu em uma gruta, deixando seu véu cair. A leoa vendo o véu, abocanhou-o e rasgou-o com os dentes ensanguentados. 
   Píramo se atrasou para o encontro, pois sua mãe tentara impedí-lo de sair. Quando Píramo chegou, ele não encontrou Tisbe, viu apensas as pegadas do felino e o véu de sua amada em pedaços e manchado de sangue. Desesperado e imaginando a sorte que Tisbe tivera devido ao seu atraso, Píramo decidiu morrer. Desembanhando sua espada, ele feriu o próprio coração.
   Quando Tisbe retornou ao local, se deparou com o amado morto e entendeu a situação. Ela, então, decidiu também morrer. E segundo a mitologia, foi o sangue dos apaixonados, derramado aos pés da amoreira, que deu a cor vermelha às amoras.



Fonte: mahInfluencia.


O amor mata, romeu e julieta, queria poder andar com uma espada por ai, cuide com o lobo, não marque encontro na floresta.



Te Sento a Vara Moleques Baitolas


Estudiosos do mundo inteiro se reuniram e começaram a tentar descobrir alguns porquês. Dias e noites, eles batalharam para descobrir a causa da nossa sociedade estar sempre pisando em ovos, sempre com uma cautela ímpar para não ofender ninguém com um passo errado, passando por tempestades em copos de água jamais vistas nos sete mares. Então, descobriu-se o cerne da questão. O merthiolate parou de arder.
Em uma sociedade na qual o merthiolate ardia tudo fazia sentido. O ardor deste remédio para sarar feridas mostrava às crianças o que, realmente, era dor. Não existiam essas frescurinhas de reclamar de tudo. Existia algo para nivelar tudo, existia o pavor de ter aquele líquido vermelho passado no joelho ralado. A boa e velha tensão e a cara falsa da mãe dizendo que não ia arder. Era a maior das mentiras. Bem, com isso, em nosso subconsciente ficava sempre aquilo como marco referencial, se algo acontecesse, nossa mente, involuntariamente, comparava os sentimentos do que estava acontecendo com a dor do remédio, e verificava se valia a pena à queixa. Por isso as reclamações eram menores, as pessoas se ofendiam menos e não chorávamos por qualquer coisa. Como havia um problema central, maior e relevante, não se desperdiçava preocupação com coisas desimportantes. Era preciso ter cuidado para evitar acontecimentos que teriam como consequência o merthiolate. Uma geração foi criada sob este pilar da valorização de acontecimentos dignos e não a banalização de tudo, de dar relevância a qualquer cisco que caísse em nossos olhos.
Eis que o destino, este que gosta de dificultar as coisas, quis que aparecesse um bem intencionado, com a seguinte ideia: Fazer o merthiolate parar de arder. Eu espero, sinceramente, que o filho de 15 anos dele chore no fim de Glee e esperneie todas as vezes que o Justin Bieber cancelar um show no Brasil. Perdeu-se um norte. Sem isso, as pessoas que foram criadas sendo saradas pela nova composição do remédio, não sabem do que, nem como reclamar. Percebeu-se um anseio de buscar algo para tal função, e, por vários erros de comunicação, ou a não existência da mesma, cada um escolheu o seu motivo e desembestou a reclamar, a sentir-se ofendido, a sentir-se péssimo, a odiar alguém, a odiar tudo. Como bem disse, e eu – Quem sou eu, né?!- assino embaixo, Clint Eastwood: “Vivemos em uma geração meio mariquinha”. E não estamos falando de opção sexual. A análise se baseia sobre o grau de importância que as pessoas dão às coisas pequenas, fazem de uma dor de barriga, uma úlcera irreversível. Utilizam-se de singelos comentários, inocentes ou não, como provas cabais de ofensas inaceitáveis com a mesma gravidade de ter a mãe chamada de feia. Ofende. Mas, vestir toda e qualquer carapuça, não é saudável, é infantil, coisa de quem não tem com o que se preocupar, não tem ninguém pra comer e se beneficiou com o fato do merthiolate não arder.
Resta-nos esperar, ou lutar contra tudo isso, contra não poder olhar feio pra ninguém, sem algum ataque de nervos acusando de todos os preconceitos possíveis. Contra quem não bebe cerveja porque é amargo. E quem usa merthiolate que não arde. Ou apenas viver a nossa vida, e torcer pra ninguém pôr o calo debaixo do nosso pé. Como diziam nos áureos tempos que sarar feridas ardia feito fogo: “Engole o choro”.
“'Vivemos em uma geração meio mariquinha'. E não estamos falando de opção sexual."

Falou tudo.
Fonte: Testosterona